O Mistério da Iniquidade - Parte IV
Imaginem um clube onde presidentes,
primeiros-ministros e banqueiros internacionais convivem e onde a realeza
presente garante que todos se entendem, onde as pessoas que controlam as
guerras, os mercados e a Europa dizem o que nunca ousam dizer em público.
Estes capítulos foram escritos com a
intenção de demonstrar de que modo sociedades secretas ligadas por meio de uma
liderança encadeada estão a planear subjugar a soberania de nações livres ao
domínio do direito internacional exercido pelas Nações Unidas e controlado pelo
mais secreto de todos os grupos - os bilderbergers. A razão pela qual ninguém
está disposto a quebrar o silêncio que o envolve ou a fazer-lhe frente é, nas
palavras do correspondente francês na ONU, Thierry de Segonzac, vice-presidente
da Federação da Indústria do Cinema, dos Meios Audiovisuais e Multimédia,
simples: «Os bilderbergers são demasiado poderosos e omnipresentes para serem
desmascarados.»
Se tiver de haver uma mudança de regime a
nível mundial - quer no que se refere à sustentabilidade do Estado social ou à
necessidade de agir sobre fluxos de capital desestabilizantes - só ocorrerá se
reuniões como esta aceitarem que esses problemas façam parte da ordem do dia e
tiverem apoiantes poderosos1. Segundo Denis Healey, antigo ministro
da Defesa do Reino Unido, «os acontecimentos mundiais não surgem por acidente:
faz-se com que aconteçam e, quer se relacionem com questões nacionais ou com comércio,
grande parte é controlada por aqueles que detêm os cordões da bolsa».
Os membros do Clube Bilderberg decidem
quando devem começar as guerras. (Lembre-se, caro leitor, de que os
bilderbergers ganham dinheiro com as guerras, sejam elas grandes ou pequenas.
Não fazem discriminação.) Quanto tempo deverão durar (Nixon e Ford foram
afastados do cargo por porem termo à Guerra do Vietname cedo de mais. O
calendário inicial dos bilderbergers previa que o fim das hostilidades no
Vietname viesse a ocorrer em 1978), quando deverão terminar e quem deverá
participar. As alterações de fronteiras na sequência de uma guerra são
acordadas, bem como quem irá emprestar dinheiro para apoiar o esforço de guerra
e, depois, reconstruir os países envolvidos2. Os bilderbergers «são
donos» dos bancos centrais e, por isso, estão em posição de determinar taxas de
desconto, níveis de massa monetária, as taxas de juro, o preço do ouro e quais
os países que deverão receber empréstimos. Manipulando a subida e descida das
taxas de câmbio, os bilderbergers geram milhares de milhões de dólares para si
próprios. Ideologia de dinheiro e ânsia de poder!
Desde 1954 que os
bilderbergers representam o elitismo e a riqueza absoluta de todas as nações
ocidentais - financeiros, industriais, banqueiros, políticos, líderes
empresariais de empresas multinacionais, presidentes, primeirosministros,
ministros das Finanças, secretários de Estado, representantes do Banco Mundial
e do FMI, presidentes de conglomerados mundiais de meios de comunicação social
e líderes militares - um governo-sombra a nível mundial que se reuniu
secretamente para discutir uma estratégia mundial e chegar a consenso
relativamente a uma ampla gama de questões. Todos os presidentes
norteamericanos desde Ike Eisenhower pertenceram ao clube. E o mesmo acontece
com
Tony Blair, bem como a maior parte dos principais membros do Governo
britânico,
Lionel Jospin, Romano Prodi, antigo presidente da Comissão Europeia;
Mario Monti; Pascal Lamy, antigo comissário para o Comércio pertence ao grupo,
o mesmo acontecendo com José Manuel Durão Barroso, recém-eleito presidente da
Comissão Europeia, Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal,
Hillary
Clinton, John Kerry, a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca
assassinada, Anna
Lindh, Melinda e Bill Gates, Henry Kissinger, a dinastia
Roilischild, Jean-Claude
Trichet, o homem forte do Banco Central Europeu; James Wolfenson,
presidente do Banco Mundial; Javier Solana, secretário-geral do Conselho da
Comunidade Europeia; George Soros e todas as famílias reais da Europa.
E o mesmo acontece com as pessoas que
controlam o que vemos e lemos os barões dos meios de comunicação social, como
David Rockefeller, Conrad
Black, o ex-proprietário, agora caído em desgraça, de mais de 440
publicações em todo o mundo, desde o Jerusalem
Post ao principal diário canadiano, The
National Post, Edgar Bronfman, Rupert Murdoch e Summer Redstone, CEO da
Viacom, um conglomerado internacional de meios de comunicação social que
abrange praticamente todos os segmentos importantes da indústria dos média. É
por isso que talvez nunca tenha ouvido falar de Bilderberg.
Para onde quer que se olhe - governo,
grandes empresas e qualquer outra instituição que procure exercer o poder - a
chave é o secretismo. Reuniões como as da Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Económico (OCDE), do G-
8, da Organização Mundial de Comércio, do Fórum Económico Mundial,
dos Bancos Centrais, do Conselho de Ministros da União Europeia e da Comissão
da UE, cimeiras da UE, conselhos de ministros, de inúmeros grupos de reflexão,
etc., são sempre realizadas à porta fechada. A única razão possível para tal é
não quererem que o leitor e eu saibamos o que estão a fazer realmente. A velha
desculpa para manter as coisas em segredo - «não serve o interesse público» -
significa realmente que os poderes estabelecidos não têm interesse em que o
público saiba. Todavia, existe, além disso, uma rede de fóruns e encontros
privados que se realizam em que o princípio do secretismo se estende a esses
mesmos fóruns e encontros - de um modo geral, não sabemos sequer que estão a
acontecer, quanto mais o que está a ser planeado e discutido3.
«Há o Fórum Económico Mundial, em Davos,
em Fevereiro, as reuniões de Bilderberg e do G-8, em Abril/Maio, e a
conferência anual do FMI/Banco Mundial, em Setembro. Surge uma espécie de
consenso mundial que é levado de uma reunião para a seguinte. Mas não existe
ninguém que verdadeiramente o lidere. Este consenso torna-se o pano de fundo
dos comunicados económicos do G-8; passa a ser o que guia o FMI quando este
impõe um programa de austeridade à Argentina; e transforma-se no que o
presidente dos Estados Unidos propõe ao
Congresso4.»
Em 2004, o grupo estava a comemorar o seu
50º aniversário, dado que fora constituído em 1954, no Bilderberg Hotel (razão
pela qual é chamado Clube Bilderberg, por aí ter realizado a primeira reunião,
entre 29 e 31 de Maio), em Oosterbeck, Holanda, por iniciativa do príncipe
Bernhard desse país. Segundo o projecto de documento de Bilderberg de 1989:
«Essa reunião pioneira surgiu da preocupação expressa por muitos cidadãos
importantes de ambos os lados do Atlântico de que a Europa Ocidental e a
América do Norte não estavam a trabalhar tão estreitamente como deveriam em
questões de importância fundamental.
Pensou-se que discussões regulares, longe dos meios de comunicação
social, ajudariam a criar uma maior compreensão das forças complexas e das
principais tendências que afectavam as nações ocidentais, no difícil período do
pós-guerra.»
De acordo com o fundador, o príncipe
Bernhard da Holanda, cada participante nas reuniões de Bilderberg «é despojado
magicamente do seu cargo» ao entrar, tornando-se «Um simples cidadão do seu
país durante todo o período da conferência».
Por outro lado, um dos membros mais importantes do Clube Bilderberg
foi
Joseph Rettinger, um sacerdote jesuíta e maçon de grau 33. Dele se diz que foi o autêntico fundador e
organizador do clube. Por estranho que pareça, muito poucos serviços secretos
ouviram falar do Clube Bilderberg até há bem pouco tempo.
Lorde Rothschild e Laurance Rockefeller,
membros fundamentais das duas famílias mais poderosas do mundo, escolheram
pessoalmente 100 membros da elite mundial, com o fim secreto de regionalizar a
Europa, segundo Giovanni Agneli, o já falecido presidente da Fiat, que afirmou:
«A integração europeia é o nosso objectivo e nós, industriais. esperamos ser
bem-sucedidos onde os políticos falharam.»
«Aqui não se faz política; são apenas
conversas, algumas delas banais e cheias de lugares-comuns», disse o director
do Observer londrino, Will Hutton,
que participou na reunião de Bilderberg de 1997. «Mas o consenso atingido é o
pano de fundo da elaboração de políticas em todo o mundo.»
O fundador. de Bilderberg, o príncipe
Bernhard da Holanda, pai da rainha Beatriz e amigo e parceiro próximo do
príncipe Filipe da Grã-Bretanha, acrescenta que «quando estes representantes da
classe dirigente ocidental deixam uma reunião de Bilderberg, levam consigo o
consenso do grupo. Os enérgicos debates de Bilderberg destinam-se a construir
unidade mediante a resolução de diferendos e, por isso, têm indubitavelmente
uma influência significativa nos que neles participam». O que parece acontecer,
«quase por acidente», é que o consenso atingido nas diferentes áreas de análise
na reunião anual de Bilderberg é, a partir desse momento, promovido
entusiasticamente pelos interesses políticos e comerciais omnipresentes através
da imprensa de referência e, ao mesmo tempo, toma-se política comum na
persecução de interesses internacionais de orientações aparentemente
diferentes.
Comentários
Postar um comentário